
Como realizar uma reunião de feedback com a Geração Z?
Author:
Gabrielle Alves
Fazer uma reunião de feedback com jovens da Geração Z pode parecer desafiador à primeira vista, mas com a abordagem certa e comunicação assertiva, você pode transformar esse momento em um bate-papo muito positivo.
Esses profissionais, nascidos entre 1997 e 2012, têm características bastante específicas: são diretos, valorizam a autenticidade e esperam retorno frequente sobre seu desempenho. Então, se você ainda usa aquele método tradicional de feedback anual, é hora de atualizar seu jogo!
A boa notícia? A Geração Z quer crescer, aprender e está aberta a conversas honestas. Porém, eles não têm paciência para rodeios ou formalidades excessivas - o que muda totalmente a dinâmica do que costumávamos chamar de "avaliação de desempenho".
Neste artigo, você vai descobrir como fazer um feedback que realmente funciona. Vamos falar sobre timing, formato, linguagem e até sobre aquele feedback construtivo que precisa ser dado sem criar drama desnecessário. Boa leitura!
Você já ouviu falar sobre a Geração Z?
A Geração Z é formada por pessoas nascidas entre 1997 e 2012, que cresceram com celulares na mão e a internet como parte natural da vida. Isso moldou a forma como eles se comunicam, trabalham e, principalmente, como processam informações. Em resumo, são multitarefas, consomem conteúdo em alta velocidade e têm uma capacidade impressionante de filtrar o que mais importa.
Quando falamos de escuta, essa geração tem um jeito particular de absorver informações. Eles preferem mensagens diretas e visuais – não à toa que o TikTok e Instagram são seus habitats naturais. Porém, não se engane achando que isso significa superficialidade. Eles também buscam profundidade, só não têm paciência para enrolação.
Além disso, a validação é outra coisa que estão sempre buscando. Por isso, para eles, feedback é tipo oxigênio: precisam saber se estão no caminho certo e preferem pequenos ajustes do que uma grande revisão anual.
E críticas? Bom, a Geração Z recebe críticas de forma diferente das gerações anteriores. Eles não gostam daquele feedback sanduíche fake (você sabe, elogio-crítica-elogio) e conseguem identificar falta de autenticidade a quilômetros de distância. O que caracteriza o feedback no processo de aprendizagem para eles é a transparência: querem saber onde erraram, como podem melhorar e, de preferência, querem essa conversa já.
O que caracteriza uma reunião de feedback com essa geração?
Uma reunião de feedback com a Geração Z precisa ser diferente do que você está acostumado. Esqueça aquela sala formal, o clima pesado e o discurso ensaiado. Afinal, eles preferem autenticidade, agilidade e, acima de tudo, conversas que agreguem.
Para te ajudar, resumimos as características que fazem a diferença quando você senta para conversar com um profissional Gen Z. Quer saber como dar um feedback construtivo do jeito certo? Acompanhe.
Frequência e timing: menos é mais (ou seria mais é mais?)
Primeiro ponto: essa geração não aguenta esperar seis meses ou um ano inteiro para saber como está se saindo no trabalho. Eles querem feedbacks contínuos, quase em tempo real.
Sendo assim, a recomendação é substituir aquelas avaliações anuais por check-ins quinzenais ou mensais. Quando você aprende como fazer um feedback frequente, percebe que os resultados aparecem muito mais rápido.
Como comentamos no início, a Gen Z processa críticas e elogios melhor quando eles vêm logo após a situação acontecer. A memória está fresca e a correção de rota é imediata.
Comunicação empática: o tempero secreto
A comunicação empática não significa passar a mão na cabeça ou evitar assuntos difíceis. Na verdade, significa entender de onde essa pessoa vem e adaptar sua abordagem.
A Geração Z lida com pressões que gerações anteriores não lidavam: redes sociais, comparação constante, além da ansiedade sobre o futuro do planeta e da economia. Quando você reconhece isso e mostra que entende os desafios deles, a conversa passa a fluir muito melhor.
Para acertar em cheio, pergunte como eles estão se sentindo, ouça de verdade (sem ficar pensando na próxima reunião) e valide as emoções deles. Frases como "entendo que isso pode ser frustrante" ou "faz sentido você se sentir assim", por exemplo, criam um ambiente mais seguro.
Mais colaboração e menos imposição
Sabe aquele estilo "faça assim porque eu mandei"? Pois é, com a Gen Z isso não cola. Eles querem participar da solução. Então, ao invés de chegar com todas as respostas prontas, que tal fazer perguntas? "Como você acha que poderia ter abordado isso diferente?" ou "O que você precisa de mim para conseguir melhorar nesse ponto?". Esse tipo de abordagem pode transformar a reunião de feedback em uma conversa de duas vias, em que ambos saem ganhando.
A partir do momento em que você entende de verdade o que caracteriza o feedback no processo de aprendizagem para essa geração, percebe que é menos sobre avaliar e mais sobre desenvolver.
Dê feedbacks positivos que realmente se conectem com a geração
Muitos gestores não sabem como dar um feedback positivo para a Geração Z e acabam recorrendo aos elogios genéricos. Sabe aquele "bom trabalho" jogado no ar? Esqueça! Eles querem especificidade. Diga exatamente o que foi bom, por que foi bom e qual impacto aquilo teve.
Por exemplo, ao invés de "ótima apresentação", experimente: "A forma como você estruturou os dados no slide 5 deixou o argumento super claro, e isso convenceu a equipe rapidamente". Viu a diferença? Você mostrou que prestou atenção e que o trabalho deles teve valor.
Outra coisa: o reconhecimento público funciona muito bem com essa turma. Afinal, eles cresceram compartilhando conquistas nas redes sociais. Por isso, um elogio no chat da equipe ou em uma reunião geral pode ter um impacto enorme. Só tome cuidado para não exagerar ou soar falso - lembra que eles têm um "detector de mentira" embutido?
Trate os feedbacks construtivos sem drama
Agora vem a parte que muita gente trava: como dar um feedback construtivo para alguém que cresceu recebendo curtidas e validação constante? A verdade: é mais simples do que parece.
Para isso, seja específico sobre o comportamento (não sobre a pessoa), explique o impacto daquilo e, principalmente, ofereça caminhos para melhorar.
Por exemplo: "Notei que você entregou o relatório com dois dias de atraso. Isso atrasou a apresentação para o cliente e gerou retrabalho para a equipe. Vamos pensar juntos em como organizar melhor seus prazos? Talvez usar alguma ferramenta de gestão de tempo ajude." Você foi direto, mostrou consequências e ofereceu suporte.
O que evitar durante uma conversa de feedback?
Agora que você já sabe o que funciona, vamos descobrir as armadilhas que podem jogar sua reunião de feedback por água abaixo? A Geração Z tem tolerância zero para certas atitudes, e se você pisar na bola nesses pontos, pode ter certeza de que vai perder a confiança deles rapidinho!
- Feedback vago e genérico: a Gen Z quer exemplos e dados que comprovem o que você está dizendo. Se você não consegue apontar o que precisa mudar, talvez ainda não seja hora de fazer um feedback;
- Comparações com outras pessoas: frases como "olha como o João faz" ou "a Maria consegue entregar isso em menos tempo" criam ressentimento e competição tóxica;
- Guardar feedback para a reunião formal: se algo está errado há três meses e você só vai falar sobre isso na avaliação trimestral, você já perdeu o jogo. A Geração Z interpreta isso como falta de cuidado e até como armadilha;
- Usar o "sanduíche de feedback" de forma mecânica: aquele elogio forçado, seguido da crítica, seguido de outro elogio sem sentido. A Gen Z identifica esse padrão na hora e se desliga da conversa;
- Tornar tudo pessoal: dizer "você é desorganizado" é bem diferente de "percebi que os últimos relatórios tinham informações faltando". O primeiro ataca a identidade da pessoa, enquanto o segundo aponta algo que pode ser mudado;
- Monopolizar a conversa: se você fala por 45 minutos e deixa 5 minutos para a pessoa responder, isso não é feedback, é palestra;
- Ignorar o contexto e as circunstâncias: às vezes, a pessoa não entregou um projeto no prazo porque estava lidando com problemas de saúde mental ou sobrecarga. Antes de criticar, pergunte o que aconteceu;
- Ser condescendente ou paternalista: só porque eles são mais jovens não significa que precisam que você explique tudo como se fossem crianças. Eles captam nuances, entendem complexidade e não gostam de ser subestimados.
O papel do feedback no crescimento e na liderança
Liderar a Geração Z significa entender que eles trazem habilidades e perspectivas que podem transformar sua equipe, se você souber como se conectar com eles. Logo, saber como fazer um feedback que realmente funciona é provavelmente a habilidade mais importante que você pode desenvolver como líder hoje.
Quando você domina a arte de dar um feedback positivo que inspira e um feedback construtivo que desenvolve, você constrói confiança e cria um ambiente onde as pessoas realmente querem dar o melhor de si.
Muitos não imaginam, mas uma reunião de feedback bem conduzida pode ser o divisor de águas entre ter uma equipe engajada ou ter gente apenas fazendo o mínimo necessário.
Por isso, vale lembrar que o que caracteriza o feedback no processo de aprendizagem com essa geração é a autenticidade, a frequência e o genuíno interesse no desenvolvimento deles.
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