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O design thinking na educação de crianças e jovens

Juliana Veronese

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Juliana Veronese

Desenvolver aulas mais imersivas, que envolvam os alunos na tomada de decisões e os incentive a encontrar ativamente soluções para um problema é o sonho de muitos professores.

A boa notícia é que uma metodologia bem conhecida e largamente aplicada por empresas pode ajudar nessa tarefa. O design thinking é uma abordagem colaborativa que nasceu na área do design, mas hoje é aplicada em todos os segmentos, por companhias de diversas áreas de atuação. Neste artigo, vamos explicar como aplicá-la em sala de aula e quais os seus benefícios para o aprendizado.

O que é design thinking?

Antes de mais nada, vamos ao conceito de design thinking. Trata-se de uma metodologia que tem o objetivo de resolver um problema específico a partir do ponto de vista do usuário de um produto ou serviço (ou, no nosso caso, o aluno).

Isso significa se colocar no lugar desse usuário de forma empática para, a partir daí, identificar problemas, desenvolver ideias e testar possíveis soluções.

Se você tem o hábito de ler sobre negócios, já deve ter se deparado com o design thinking relacionado à inovação. É que, graças a esse olhar centrado no usuário, a ferramenta é extremamente útil para solucionar problemas de usabilidade, por exemplo, e aproximar produtos e/ou serviços das reais necessidades de seus consumidores.

Mas não é só. O design thinking pode ser aplicado, inclusive, dentro de corporações que tenham alguma questão a ser resolvida, colocando os colaboradores no centro das decisões. Aqui você já deve estar imaginando que, nas escolas, o processo pode ser um grande aliado ao focar nas necessidades dos estudantes.

O próximo passo é compreender as etapas do design thinking e o que esperar de cada uma delas. Acompanhe a leitura.

Etapas do design thinking

O design thinking contempla três momentos principais: descoberta, ideação e experimentação. Abaixo, vamos ver como eles se dividem em etapas.

1. Imersão ou Descoberta

Nesta primeira fase, levantamos os problemas a serem resolvidos, considerando-se as necessidades e visões de mundo do público-alvo. No caso das escolas, estamos falando não apenas dos alunos, mas de professores, coordenadores e famílias.

Para isso, é preciso ouvir essas pessoas com empatia para entender o que está acontecendo e quais necessidades devemos suprir. Uma ferramenta muito útil nesta etapa é o chamado mapa de empatia, que nos ajuda a mapear essas questões e observar, sem julgamentos, como os envolvidos enxergam o problema.

2. Definição ou Interpretação

Uma vez coletadas as primeiras impressões sobre o problema, é necessário organizar e analisar esses dados, com o objetivo de se definir qual a questão a ser solucionada – bem como alguns caminhos possíveis para essa solução.

Algumas perguntas facilitadoras podem ser feitas nessa etapa – por exemplo: “como envolver mais os alunos nas atividades escolares?” Ou “como diminuir a evasão escolar?”.

Escreva as diferentes questões em post-its para facilitar a visualização nas próximas etapas. E, importante: de maneira colaborativa, todos os agentes envolvidos no processo devem compartilhar seus pontos de vista.

3. Ideação

Chegou a hora de pensar em ideias que podem resolver os problemas levantados na etapa anterior. É aqui que acontecem os brainstormings, quando a equipe se reúne em sessões dedicadas a buscar soluções para esses problemas. O ideal é reunir times multidisciplinares, com diferentes pontos de vista, e criar um ambiente onde todos se sintam à vontade para dar suas sugestões, sem medo de errar.

Deixe as ideias fluírem, anote todas em post-its e procure ser o mais específico possível. Isso vai ajudar a visualizar múltiplas possibilidades para resolver o problema em questão.

4. Prototipação ou Experimentação

Em uma empresa que busca melhorar um determinado produto, essa seria a fase de prototipar, ou seja, criar um protótipo baseado nas soluções imaginadas pelo time na etapa anterior. Este momento também pode ser chamado de experimentação, já que tem o objetivo de criar modelos para experimentar as melhores ideias.

Aqui é importante pensar nas formas que mais se adaptam à solução que queremos criar. O objetivo deste protótipo é apresentar a solução para outras pessoas, colher feedbacks e discutir, de forma colaborativa, como aprimorá-la.

5. Validação e Iteração

Após testar a solução, é importante registrar como ela impactou o público-alvo e colher insights de melhorias a partir disso. Lembre-se de que o “usuário” está no centro de todas as decisões, por isso, saber como ele se sente em relação à solução é fundamental. Compreender a experiência de uso dessa pessoa – seja ela um aluno, um familiar ou um professor – é tão ou mais importante do que a solução ou produto em si.

Peça feedbacks do público, entenda se ele enxergou os benefícios que você pretendia entregar e esteja aberto a alterações caso enxergue espaços para melhoria. O processo de iteração (ou seja, de repetir o processo em busca de sua evolução) pode ser uma grande oportunidade para refinar a solução criada.

Como aplicar o design thinking na educação?

Agora que você já conhece o funcionamento do design thinking, é hora de aplicá-lo à realidade de sua escola ou instituição de ensino. Quais são os problemas que exigem uma resolução mais urgente? Quais são os públicos envolvidos nessa questão? Que colaboradores podem participar do processo de busca de soluções?

Lembre-se de que não existe uma única maneira de utilizar a metodologia, e cada grupo irá desenvolver a sua forma de trabalhar. O importante é pensar colaborativamente, mapear os problemas de forma objetiva, reunir ideias, testá-las e melhorá-las continuamente. E, claro, criar um ambiente propício para que as ideias surjam livremente – sem certo ou errado.

No ambiente escolar, o design thinking pode não apenas aumentar o engajamento dos alunos – que passam a fazer parte da tomada de decisões – como transformar a vivência de professores. A seguir, falaremos sobre alguns de seus principais benefícios.

Benefícios do design thinking aplicado à educação

Empatia, colaboração e experimentação são os principais valores do design thinking. Na prática, essa maneira diferente de pensar proposta pela metodologia envolve toda a comunidade escolar na tomada de decisões que podem mudar suas vidas.

Essa cultura de pensamento não só cria novas oportunidades, como melhora a comunicação, estimula a aprendizagem colaborativa e promove o protagonismo dos envolvidos. Tanto para alunos como para as famílias e o corpo docente, a abordagem do design thinking pode ser transformadora. Veja abaixo alguns outros benefícios da metodologia:

  • Incentiva a discussão de ideias e a criatividade;
  • Permite que o aluno participe ativamente da construção de conhecimento;
  • Aumenta a empatia e o entendimento das necessidades do outro;
  • Desenvolve o senso de pertencimento e o relacionamento interpessoal entre os alunos ;
  • Estimula os estudantes a analisar um problema sob diferentes pontos de vista;
  • Promove o pensamento crítico;
  • Amplia a visão estratégica para resolução de problemas;
  • Encoraja o estudante a ouvir sugestões, críticas e ideias dos demais;
  • Incentiva a independência.

Como vimos ao longo deste artigo, o design thinking é um processo de busca de soluções aplicado a diferentes situações que exigem abordagens inovadoras.

Em um mundo em que a criatividade é uma habilidade cada vez mais importante, sua metodologia tem muito a contribuir tanto nas atividades escolares como no sucesso dos alunos no mercado de trabalho. Então, prepare seus post-its e comece a colocar em prática tudo o que aprendeu aqui!

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