Trabalhar no exterior: como conseguir emprego remoto

Trabalhar no exterior: como conseguir um emprego remoto?

Juliana Veronese

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Juliana Veronese

Trabalhar no exterior é o sonho de muita gente. Segundo o levantamento Atlas das Juventudes da FGV Social, publicado em junho de 2021, 47% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos querem deixar o Brasil.

Crise econômica, crescimento profissional e qualidade de vida são alguns dos motivos que levam pessoas de todas as idades a buscarem oportunidades fora do país.

A tecnologia e, mais recentemente, a pandemia impulsionaram o trabalho remoto, tornando o sonho mais acessível. Com times cada vez mais espalhados por todos os cantos do planeta, ser contratado por uma empresa estrangeira já não é privilégio de poucos expatriados. Para não cair em uma cilada, no entanto, é preciso conhecer bem os pré-requisitos de cada país. Ao longo deste artigo, explicaremos alguns deles. 

Quais os melhores países para trabalhar no exterior?

Apesar de muita gente ainda perseguir o sonho americano, outros países vêm se tornando opções mais interessantes para quem quer trabalhar remotamente enquanto mora fora.

É o que mostra o Índice de Trabalho Remoto da plataforma de viagens Kayak. O estudo levou em conta fatores como segurança, custo de vida e condições de trabalho remoto para avaliar mais de 100 países.

Segundo o índice, os dez mais bem colocados são:

  1. Portugal
  2. Espanha
  3. Romênia 
  4. Maurício
  5. Japão
  6. Malta
  7. Costa Rica
  8. Panamá
  9. República Tcheca 
  10. Alemanha

Embora se dedique especificamente ao trabalho remoto, o levantamento é um bom ponto de partida para quem pensa em se mudar mas ainda não sabe exatamente para onde. 

Pré-requisitos para trabalhar no exterior

As regras para aceitar trabalhadores estrangeiros mudam de país para país, por isso a primeira dica é se informar muito bem sobre os documentos necessários. Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, têm um working holiday visa que permite a estadia a trabalho por 12 meses.

Mas, assim como na Europa ou nos Estados Unidos, é preciso ter um contrato de trabalho para obter a autorização. Em linhas gerais, o candidato a uma vaga no exterior vai precisar de: 

  • Contrato de trabalho

É o principal documento para conseguir tramitar o visto de trabalho, que vai permitir que você more legalmente no país. Não é exatamente fácil obter esse contrato de uma empresa estrangeira, já que em muitos países o empregador precisa provar que não há trabalhadores locais com as mesmas qualificações antes de contratar um estrangeiro. Mas, acredite, ele vai poupá-lo e muita dor de cabeça. 

Para quem vai como freelancer ou prestador de serviço, vale se informar sobre as regras do país para não entrar em uma furada. O mesmo conselho vale para quem pretende se mudar e permanecer trabalhando remotamente para uma empresa brasileira. Hoje, países como Croácia, Estônia, Alemanha e Islândia já oferecem um visto específico para esses nômades digitais, permitindo a residência em seus territórios por períodos que variam em 1 e 2 anos. 

  • Visto de trabalho 

Com o contrato de trabalho em mãos, o próximo passo é procurar o consulado do país para onde você vai se mudar para dar entrada no visto. Aqui vale o mesmo conselho: informe-se bem sobre as particularidades de cada local para evitar surpresas. 

A Alemanha, por exemplo, permite que trabalhadores qualificados solicitem um visto de residência para procurar emprego no país, desde que atendam a certos pré-requisitos, como nível de proficiência no idioma e comprovação de que conseguem se sustentar nesse período. 

  • Teste de proficiência

Vimos acima que alguns tipos de autorização de residência exigem uma comprovação de proficiência de idioma, e não é raro que empresas também solicitem isso aos candidatos estrangeiros. Em multinacionais, normalmente é exigido o teste de proficiência em inglês – e, em situações mais específicas, no idioma local. 

Por isso, já se preparar para um exame do tipo enquanto procura uma vaga no exterior pode ser uma boa opção para acelerar o processo. Veja mais informações sobre exames de proficiência em inglês

  • Diplomas validados 

Essa regra também varia, não apenas de país para país, mas de acordo com a atividade. Em áreas como Odontologia, Medicina e Direito normalmente é preciso tramitar a revalidação do diploma brasileiro para exercer a profissão. 

O primeiro passo é fazer a Apostila de Haia ainda no Brasil e, dependendo do local de destino, a tradução juramentada do documento. Vale pesquisar também se o seu caso é o de reconhecimento ou equivalência do diploma – coisas com efeitos e validades diferentes.

Em alguns países, acordos entre as ordens profissionais facilitam o processo. Em Portugal, por exemplo, advogados e engenheiros só precisam estar inscritos na OAB e no CREA e apresentar os documentos exigidos pelos conselhos locais para poder trabalhar na área. 

Dicas para conseguir um trabalho no exterior

Dois anos de pandemia mudaram a forma como o mundo corporativo encara o trabalho remoto. Empresas de diferentes setores de atuação perceberam que manter seus times trabalhando à distância pode ser não apenas mais barato, como aumentar a produtividade, a criatividade e o engajamento. 

Ferramentas de comunicação à distância, como Zoom e Slack, certamente facilitaram essa nova forma de trabalhar. Mas uma nova geração de trabalhadores interessados em equilibrar a vida profissional e a pessoal também acelerou o movimento. O nomadismo digital, que já vinha ganhando força nos últimos anos, definitivamente deixou de ser visto como uma excentricidade de jovens aventureiros. 

Nesse cenário, conseguir um trabalho no exterior se tornou um sonho mais acessível. Morando no Brasil ou em qualquer outro país, muita gente vem experimentando as dores e delícias de trabalhar remotamente. Comunicação, marketing e tecnologia são alguns dos setores em alta que costumam empregar estrangeiros – e o brasileiro tende a ser valorizado por seu perfil mão na massa e disposto a encarar desafios. 

Esteja você à procura de um trabalho presencial ou remoto, as dicas abaixo vão ajudá-lo a aumentar suas chances de encontrar uma vaga em empresas estrangeiras:

Capriche no currículo 

Colocar no papel sua experiência, conquistas e pontos fortes é o primeiro passo. Um bom currículo deve ser objetivo, bem escrito e conciso – duas páginas são o ideal; três se você tiver mais de dez anos de mercado e experiências que realmente valham ser mostradas. 

Crie o currículo seguindo as regras de formatação do país em que deseja atuar. Na Europa, por exemplo, o Europass é um modelo padrão que muitas empresas exigem de seus candidatos. 

Nos Estados Unidos, embora não exista um layout padrão, costuma-se utilizar o Resumè. Ele é mais conciso que o tradicional Curriculum Vitae e traz, além de informações pessoais, os objetivos profissionais. Também é comum no mercado norte-americano que o Resumè vá acompanhado de uma Cover Letter (Carta de Motivação), em primeira pessoa e específica para o cargo pleiteado. 

Mantenha o LinkedIn atualizado

A ferramenta provavelmente será seu primeiro ponto de contato com o futuro empregador, por isso precisa refletir exatamente o que você procura, quais são suas experiências e o que tem a oferecer. Aqui vale a mesma dica usada no currículo: invista um tempo e capriche na forma como você se apresenta para o mercado de trabalho. 

Se a procura é específica por vagas no exterior, um perfil em inglês é indispensável. Além das experiências profissionais, fale sobre sua formação, cursos extracurriculares e idiomas que domina. Aliás, isso nos leva à próxima dica.

Aperfeiçoe o inglês

Pode parecer um conselho óbvio, mas a verdade é que a baixa proficiência no inglês acaba sendo um entrave para muitos candidatos brasileiros no exterior. Mesmo em países em que a língua nativa é outra, como Portugal, Alemanha ou Espanha, falar inglês é pré-requisito para muitas vagas. Em empresas com funcionários de múltiplas nacionalidades, normalmente o inglês é o idioma oficial do escritório. 

Posso contar um pouco da minha experiência trabalhando em uma startup em Portugal. Apesar de a maioria dos colaboradores falarem português, tínhamos colegas de outras nacionalidades, o que fazia do inglês o idioma usado em 100% das conversas de trabalho – e, muitas vezes, nos papos de corredor também...

Há uma infinidade de tipos de cursos – online, presenciais, particulares, em grupo – que podem ajudá-lo a ganhar mais confiança no idioma e a se preparar para entrevistas de emprego. 

Pesquise sites de emprego do país onde pretende morar

É claro que o LinkedIn é uma mão na roda para buscar vagas no exterior. Filtrar não apenas pelo emprego desejado, mas também por cidades ou países, pode trazer resultados bem interessantes – e, na pior das hipóteses, ajudar você a visualizar as competências exigidas pelas empresas. 

Mesmo assim, utilizar sites de emprego específicos de cada país complementa a pesquisa e pode acelerar o processo. Alguns dos mais conhecidos são Eurojobs, Indeed, Career Builder (EUA), Infoempleo (Espanha), CV Library (Inglaterra), Keljob (França) e Sapo Empregos (Portugal).

Perguntas comuns em uma entrevista de emprego em inglês

Se a busca tiver êxito, é muito provável que a etapa seguinte seja uma entrevista em inglês com seu possível empregador. Para ajudá-lo a se preparar melhor, selecionamos algumas das perguntas frequentemente feitas nessas conversas – e como respondê-las!

  • What do you like to do in your spear time?

Perguntar sobre o que você gosta de fazer no seu tempo livre ajuda o entrevistador a conhecer sua personalidade – mais sociável, competitivo ou introvertido, por exemplo – e como você se relacionaria com colegas de trabalho. Não existe resposta errada e você aproveitar esse momento para falar de suas atividades extra-trabalho, sejam voluntárias, culturais ou mesmo sociais. 

  • Why do you want to work here?

Evite respostas genéricas como “esse sempre foi meu sonho” ou “acho essa empresa o máximo”. Além de não deixarem claro o que realmente você espera da vaga, o recrutador certamente já ouviu coisas do tipo milhares de vezes. Prefira argumentos sólidos, que mostrem que você estudou a atuação da empresa e tem muito a contribuir com ela. 

  • What do you know about this company? 

Não importa se você está se candidatando para uma vaga no Brasil, nos Estados Unidos ou na China: conhecer minimamente o que a companhia faz demonstra interesse, compromisso e seriedade com o processo seletivo. Por isso, além de revisar os pontos fortes de seu currículo, estude a empresa antes de encarar a entrevista.

  • What are your strengths and weaknesses

Um clássico das entrevistas de emprego! Aqui também não existe certo e errado, mas nem por isso você precisa cometer um sincericídio. Seja honesto sobre aquilo que precisa melhorar, mas não fale mais do que o necessário. Uma dica que passa em branco para muita gente é analisar a descrição da vaga. Ela entrega muito do que o empregador procura e pode ajudá-lo a formatar sua resposta – desde que você não invente sobre suas qualificações. 

  • Do you prefer to work alone or in a team?

Esta pergunta pode ser uma pegadinha para descobrir se você tem dificuldades para trabalhar em equipe ou se, por outro lado, é um profissional com pouca autonomia. O melhor é seguir por um caminho do meio, dizendo, por exemplo, que depende da situação e que, embora a ajuda dos colegas seja fundamental para a produtividade, às vezes você prefere se concentrar para aplicar seu conhecimento em uma determinada tarefa.

  • Where do you see yourself in five years?

Novamente, seja sincero. Quando o recrutador pergunta onde você se vê dentro de cinco anos, quer avaliar não apenas sua visão de longo prazo, mas suas ambições profissionais. Dizer que espera crescer dentro da companhia, que se vê à frente de desafios maiores e que pretende seguir se aperfeiçoando são algumas boas opções de resposta.

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