Coelho e ovos de chocolate são símbolos da Páscoa.

Qual a origem da Páscoa? Descubra como é o feriado ao redor do mundo

Juliana Veronese

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Juliana Veronese

Coelhos, ovos de chocolate e almoço em família são praticamente sinônimos da Páscoa para muita gente. Mas, para além da diversão, esse doce feriado guarda mais de 3.500 anos de história e tradições. Ao longo deste artigo, vamos contar algumas delas e entender como a comemoração da Páscoa chegou ao que conhecemos hoje. 

Mais do que coelhos e ovos de chocolate: a origem da Páscoa

A Páscoa é uma das datas mais importantes do calendário cristão. Comemorada no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de primavera (outono, no hemisfério sul), ela celebra a ressurreição de Cristo.

Mas sua origem é muito anterior à existência de Jesus – e dos próprios judeus. Já nos primórdios da Antiguidade, romanos, egípcios, germânicos e celtas festejavam a chegada da primavera com rituais pagãos que incluíam a troca de ovos (de galinha).

Alguns historiadores associam a festa ao culto a Ostera, deusa da fertilidade, do amor e do renascimento na mitologia anglo-saxã. Não por acaso, a Páscoa é chamada de Easter, em inglês, e Ostern, em alemão

Entre os judeus, o Pessach (que significa “passagem” em hebraico) celebra a travessia pelo Mar Vermelho, quando os hebreus se livraram da escravidão dos egípcios. A data passou a ser comemorada cerca de 3.500 anos atrás e mantém, até hoje, um cardápio repleto de simbologias (leia mais abaixo). 

As celebrações duram sete ou oito dias, dependendo do país. Na véspera do início da Páscoa judaica, as famílias se reúnem para o sêder, um tradicional jantar. A cerimônia conhecida como Última Ceia, quando Jesus dividiu a mesa com os apóstolos, teria sido um sêder

Já entre os cristãos, a Páscoa foi incorporada ao calendário no ano 325 d.c., no Concílio de Niceia, e celebra os três dias entre a morte e a ressurreição de Cristo. A partir do século IX, com a conversão de povos germânicos ao cristianismo, muitas das tradições pagãs se misturaram ao ritual religioso.

Foi assim que o coelho, que representava a fertilidade para esses povos, entrou na festa. Já os ovos de chocolate... Siga a leitura que a seguir falaremos especificamente do cardápio e das iguarias que marcam o período da Páscoa.

A tradição do bacalhau e outros alimentos de Páscoa

O hábito de se comer bacalhau na Páscoa surgiu durante a Idade Média, quando os cristãos seguiram um rigoroso calendário que previa jejum no período da Quaresma. Nesse período, a igreja católica proibia o consumo de carnes consideradas “quentes”. O bacalhau – que nessa época já passava pelo processo de cura e salga – era considerado uma carne “fria” e, portanto, própria para consumo.  

No Brasil, o costume chegou junto com os portugueses, no século XVI, mas ganhou ainda mais força com a vinda da família real em 1808. Desde então, o pescado virou prato quase obrigatório nas mesas de norte a sul do país no domingo de Páscoa. 

Pratos típicos do Pessach, a Páscoa judaica

O cardápio da Páscoa judaica é repleto de simbolismos. Durante o sêder, a ceia familiar em que são lidos trechos da Torá sobre a fuga do Egito, cada alimento representa um momento da história. Canja de galinha e guefilte fish (um bolinho de peixe decorado com cenoura) são alguns dos pratos mais comuns, mas há outros, como:

  • Matsá: pão sem fermento que, na tradição hebraica, representa o pão que os judeus fizeram quando foram autorizados a sair do Egito – e que não conseguiram esperar para fermentar. 

  • Beitzá: ovo cozido que simboliza a dureza do coração do faraó que manteve os judeus sob regime de escravidão. Representa ainda o ciclo da vida e a esperança de reconstrução do Templo de Salomão. 

  • Zeroá: pedaço de osso com carne tostada para representar o sacrifício do povo judeu. 

  • Charósset: mistura de maçã, nozes picadas, tâmaras, canela e uva (ou vinho) que representa a argila usada pelos hebreus para fazer tijolos durante o período de escravidão. 

  • Maror: erva amarga que lembra o sofrimento do tempo de escravidão. Costuma-se utilizar uma verdura amarga (como alface-romana, endívia e escarola) e raiz forte para prepará-la.

E o ovo de Páscoa?

Quem passa pelas prateleiras dos supermercados repletas de ovos de chocolate embalados em papel laminado pode não se dar conta, mas a origem desse quitute também é religiosa.

Ovos e coelhos já eram vistos como símbolo de fertilidade na Antiguidade por povos pagãos, como os germânicos e os celtas. À medida que esses povos foram passando pelo processo de cristianização, esses elementos começaram a ser incorporados pela festa cristã. 

Acredita-se que o ovo faz parte da celebração da Páscoa desde o século XIII. Como eram proibidos de consumi-lo durante a Quaresma, cristãos o pintavam e decoravam para presentear as crianças ao final do período de privação. 

No século XVIII, confeiteiros franceses tiveram a ideia de remover clara e gema e preencher a casca com chocolate. A técnica evoluiu até chegar ao chocolate moldado no formato de ovo e recheado de bombons, como conhecemos hoje.  

Celebração da Páscoa pelo mundo

Embora a data seja a mesma no mundo inteiro, a forma de comemorar a Páscoa apresenta particularidades em cada país e região.

No México, por exemplo, a queima de figuras de cartolina representando Judas, o apóstolo que entregou Jesus aos romanos, é uma celebração tradicional. Venezuela, Uruguai e Brasil compartilham da tradição, enforcando bonecos na Sexta-Feira Santa e queimando-os no Domingo de Páscoa. Nos países latino-americanos, também é comum que as ruas sejam decoradas com flores e fiéis se reúnam para procissões religiosas e missas especiais.

Na Alemanha, os moradores costumam pendurar ramos de salgueiro nas portas das casas e, até hoje, muitos decoram ovos para presentear amigos e familiares. A Grécia realiza uma série de eventos para celebrar a Páscoa, com o ápice na meia-noite de sábado, quando as pessoas acendem velas e saem às ruas para festejar. Já na Polônia, um dos rituais mais comuns entre cristãos é levar cestas de comida à igreja para serem abençoadas pelo padre.

Embora o cristianismo não seja predominante na Ásia, o continente também tem seus festejos de Páscoa. Nas Filipinas, por exemplo, muitos cristãos participam de procissões que encenam a crucificação de Jesus Cristo, em um ritual que envolve a autoflagelação e até a crucificação real de pessoas.

Na Coreia do Sul, onde cerca de 30% dos habitantes se autodeclaram cristãos, o evento é mais tímido. As celebrações são feitas nas igrejas e não é feriado no país. A troca de ovos até existe, mas, no lugar dos de chocolate, os coreanos pintam e decoram ovos de galinha mesmo.

O costume se repete nos Estados Unidos, onde a tradicional caça aos ovos (Easter egg hunt), considerada a grande diversão da Páscoa para as crianças, nada tem a ver com chocolate. Os pequenos correm pela casa com cestinhas na mão à procura dos ovos de galinha (pintados à mão) e de plástico (recheados de doces ou dinheiro).

Como dizer “Feliz Páscoa” em outros idiomas

Se você se animou com a celebração da Páscoa em outros países e pretende encarar essa experiência, que tal aprender a desejar “Feliz Páscoa” em outros idiomas?

Idioma

Tradução

Inglês

Happy Easter

Alemão

Frohe Ostern

Espanhol

Feliz Pascua

Italiano

Buona Pasqua

Francês

Joyeuses Pâques

Sueco

Glad påsk

Holandês

Gelukkig Pasen

Árabe

Eid fash saeid

Grego

Καλό Πάσχα (Kaló Pásha)

Russo

Счастливой Пасхи (Schastlivoy Pas-hi)

Feliz Páscoa e bons estudos para você!

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