O que você não sabia sobre o trabalho no Japão

O mercado de trabalho no Japão tem se tornado uma opção muito interessante para quem busca oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional. Afinal, estamos falando de um país conhecido pela qualidade de vida de seus habitantes, além de possuir uma cultura muito rica e diversa, que pode proporcionar experiências pessoais valiosas.

Essas oportunidades, que antes ficavam praticamente restritas ao setor industrial, estão presentes em diversas áreas no país. Porém, antes de procurar quais são essas opções, é fundamental entender como funciona o mercado de trabalho no Japão e se preparar da forma mais adequada para essa jornada.

Siga conosco neste artigo as diferenças entre a jornada de trabalho no Japão em relação ao Brasil, curiosidades importantes sobre o mercado japonês e as profissões mais solicitadas no país atualmente. Ao final, apresentamos uma oportunidade para você aprender o idioma com um método comprovadamente eficiente e que se encaixa em sua rotina.

Como se diferencia a jornada de trabalho no Japão em relação ao Brasil?

A jornada de trabalho no Japão apresenta algumas diferenças importantes em relação ao que encontramos no Brasil. Entre as que merecem atenção, destacamos:

Jornada padrão de horas: a carga horária de trabalho no Japão, segundo a legislação do país, determina que seja de 40 horas por semana, com limite diário de oito horas. No Brasil, a duração não pode ser superior a oito horas diárias e 44 horas semanais;

Horas extras: são permitidas no Japão, sendo que o valor é determinado pelo tempo trabalhado: adicional de 125% nas primeiras duas horas e 200% a partir desse tempo. No Brasil, elas devem ser remuneradas com um acréscimo de no mínimo 50% no salário.

Pausa: no Japão e no Brasil, há uma pausa de uma hora para almoço nas jornadas de trabalho de oito horas. Por aqui, também há variações nos períodos em si: pessoas que trabalham seis horas por dia, por exemplo, têm direito a um intervalo de 15 minutos. 

Curiosidades do mercado de trabalho japonês

O mercado de trabalho no Japão possui algumas curiosidades interessantes que podem ser muito valiosas caso você esteja procurando uma oportunidade no país.

Emprego garantido ainda na faculdade

No Japão, várias empresas tentam garantir a contratação de novos talentos enquanto estes ainda são universitários. Para isso, oferecem palestras nas faculdades na tentativa de atrair esses estudantes. Esse sistema é conhecido como 新卒一括採用 (shinsotsu ikkatsu saiyô), ou, numa tradução livre, contratação simultânea de novos graduados.

Os semestres trabalhistas não começam em janeiro e julho

Os processos seletivos de trabalho no Japão costumam seguir um calendário específico. Como os semestres fiscais no país têm início nos meses de abril e outubro, muitas pessoas contratadas tendem a começar seus empregos nesses períodos.

Processos seletivos podem ser longos

Por conta do calendário fiscal, muitos processos seletivos de trabalho no Japão também tendem a ser longos, sendo que alguns podem durar mais de um ano. Esse intervalo de tempo é mais comum dentro do sistema de novos graduados citado anteriormente. Porém, em casos de funcionários de alto escalão ou de urgência para ocupar uma vaga estratégica, a contratação pode ser bem mais rápida.

Vestimentas adequadas para cada ambiente

O mercado de trabalho no Japão ainda é bastante formal quanto à vestimenta. Em escritórios e ambientes de negócios, recomenda-se que homens usem terno e gravata, e as mulheres utilizem trajes sociais, como sapatos de salto alto e saias longas. Quem trabalha em serviços como limpeza, construção e manutenção geralmente recebe da empresa um uniforme apropriado para exercer essas funções.

Quais são as profissões mais solicitadas no Japão? 

O Japão está passando por uma mudança demográfica bastante profunda, e isso passa principalmente por dois movimentos. O primeiro é pelo fato de que a população do país está envelhecendo, em que quase 30% dos habitantes tem mais de 65 anos. Ou seja, muitas pessoas estão aposentadas e não representam mais força de trabalho.

Outro ponto é que a população economicamente ativa está encolhendo a cada ano porque os japoneses estão tendo cada vez menos filhos. A preferência por seguir uma carreira e os custos financeiros para criar uma criança são alguns motivos.

Esses dois motivos fazem com que a força de trabalho japonesa diminua a cada ano. E para suprir as várias demandas da indústria e do setor de serviços, o país tem recebido mais estrangeiros para trabalhar.

Há diversos setores no Japão com alta demanda de profissionais, mas os mais solicitados atualmente são:

• Tecnologia da informação (TI);
• Saúde, especialmente médicos, enfermeiros e cuidadores de idosos;
• Engenharia, especialmente de materiais e voltada à sustentabilidade;
• Turismo, hotelaria e restaurantes; 
• Indústria em geral;
• Comércio exterior;
• Intérpretes e tradutores.

Vale salientar que muitas dessas profissões podem exigir formação universitária comprovada para a solicitação da licença de trabalho, assim como um nível avançado do idioma local. Caso você trabalhe em uma empresa multinacional, talvez você precise comprovar o domínio de um segundo idioma, não necessariamente o japonês.

Vale a pena trabalhar no Japão?

Trabalhar no Japão pode ser uma experiência muito valiosa. O país é conhecido pelo desenvolvimento econômico e social, o que se reflete em empregos que pagam bons salários, oferecem benefícios e proporcionam estabilidade. Além disso, existe o aspecto de estar em contato direto com uma cultura tão rica e diferente da brasileira, o que pode ser importante para o seu crescimento pessoal.

É importante ressaltar que o trabalho no Japão é tratado com muita seriedade e respeito. Questões como hierarquia, pontualidade, formalidade e disciplina são valores fundamentais no país, independentemente da profissão que você exerça ou a empresa onde vá trabalhar. Portanto, se você tiver a capacidade de lidar bem com esses pontos, é muito provável que tenha sucesso em sua jornada e uma sólida carreira.

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